quarta-feira, 30 de julho de 2025

.:. Pamplona, Espanha .:.

Pamplona: linda cidade, na minha opinião das que conheci na Espanha uma das melhores... gostei mais que Barcelona, estivemos nela no dia 26 e 27 de julho de 2025, quando cheguei do Caminho de Santiago que postei neste link: https://www.lullao.com/2025/08/caminho-de-santiago-de-compostela-o.html

Sobre Pamplona:
Ver a cidade com suas bandeiras coloridas, cruzar a Plaza del Castillo cercada de terraços cheios, fotografar as fachadas elegantes que formam o “salão de estar” da cidade, escutar o som das fontes nos jardins… tudo isso faz parte da experiência de Pamplona.

É uma cidade em que a história romana, o passado medieval, a identidade basca, a tradição da corrida de touros e a vida moderna espanhola se encontram no mesmo quarteirão.

Se você está planejando uma viagem pelo norte da Espanha, pense em Pamplona não só como “a cidade da corrida de touros”, mas como um excelente lugar para caminhar sem pressa, comer bem, mergulhar na história e sentir o clima do País Basco e de Navarra num só destino.




Quando a gente chega ao centro histórico de Pamplona – Iruña, em basco – tem a sensação de estar numa cidade que sempre viveu de portas abertas. As placas bilíngues apontam para o Camino de Santiago, para a catedral, para o mercado; as varandas de ferro trabalhado emolduram fachadas coloridas; e, em algum bar apertado, pernas de presunto dividem espaço com garrafas de vinho e uma placa prometendo pulpo a la brasa.








Mais do que o cenário da famosa corrida de touros, Pamplona é uma cidade com uma história longa, ligada ao povo basco, ao antigo Reino de Navarra e à própria construção da Espanha.











Quem fundou Pamplona
Antes dos romanos, a região já era habitada pelos váscones, povo de raízes bascas que ocupava estes vales entre os Pirenéus e o rio Ebro. Mas a cidade, como a conhecemos, nasceu em torno de 74–75 a.C., quando o general romano Pompeu, o Grande (Gnaeus Pompeius Magnus), em plena guerra sertoriana, fundou um assentamento chamado Pompaelo – origem do nome Pamplona.

Com o passar dos séculos, a cidade atravessou domínios visigodos, muçulmanos e carolíngios, até tornar-se o coração do Reino de Pamplona, depois conhecido como Reino de Navarra. No século XI, sob o rei Sancho III, esse reino chegou a ser o mais poderoso estado cristão da Península Ibérica, irradiando influência política e cultural a partir de Pamplona.

Caminhar hoje pelas ruas estreitas da Navarrería, de San Nicolás ou San Cernín é, de certa forma, seguir o traçado dessa história medieval: antigas muralhas, igrejas românicas e góticas, e um traço urbano moldado pelo fluxo de peregrinos rumo a Santiago de Compostela.




Pamplona, Navarra e o universo basco
Oficialmente, Pamplona é capital da Comunidade Foral de Navarra, uma região autônoma da Espanha com instituições próprias e forte identidade histórica.
Ao mesmo tempo, Navarra faz parte do conjunto de territórios de cultura basca, e isso aparece no dia a dia:
  • o nome da cidade em basco, Iruña/Iruñea;
  • a sinalização bilingue em espanhol e euskera;
  • festas populares, gastronomia e tradições compartilhadas com o chamado País Basco “clássico” (as províncias de Biscaia, Guipúscoa e Álava).
Pamplona funciona, assim, como uma espécie de ponte entre o mundo castelhano e o universo basco, entre o interior da Espanha e os Pirenéus que levam à França. Também é uma das grandes paradas urbanas do Caminho Francês de Santiago, o que garante um fluxo constante de mochileiros, bicicletas carregadas de alforjes e histórias em todas as línguas.






A história da corrida de touros de San Fermín
É impossível falar de Pamplona sem mencionar a corrida de touros de San Fermín, o "encierro".

A origem é bem menos folclórica do que parece: já desde a Idade Média, por volta do século XIII, os touros precisavam ser conduzidos das fazendas e currais fora da cidade até a praça onde seriam vendidos e, mais tarde, utilizados nas touradas. Os tratadores corriam ao lado dos animais, guiando-os pelas ruas estreitas. Com o tempo, moradores começaram a correr junto “por diversão” – e o costume acabou virando espetáculo.

Hoje, o encierro faz parte da Festa de San Fermín, que acontece todos os anos de 6 a 14 de julho. Todas as manhãs, às oito em ponto, os touros são soltos na Calle Santo Domingo e percorrem um trajeto de cerca de 800 metros até a Plaza de Toros, atravessando ruas como a Calle de los Mercaderes e a icônica curva da Calle Estafeta – nomes que você vê nas placas enquanto caminha pelo centro.

A festa ganhou fama mundial depois que Ernest Hemingway publicou, em 1926, o romance The Sun Also Rises, transformando Pamplona em cenário literário e objeto de desejo de viajantes do planeta inteiro.

Hoje, a cidade recebe centenas de milhares de visitantes nesse período. O clima é de euforia total: música pelas ruas, procissões em honra a San Fermín, shows, bares lotados servindo pintxos, vinho e sangría. Paralelamente, cresce o debate sobre bem-estar animal e segurança, o que também faz parte da conversa contemporânea em torno da festa.




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