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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

.:. Concluída a leitura do livro "Getúlio 1945 - 1954" .:.

Hoje finalmente conclui a leitura do livro "Getúlio 1945-1954" do autor Lira Neto.



Sinceramente gostei do livro, principalmente pela fontes. A cada parágrafo o autor apresenta a respectiva fonte de onde buscou a informação. Para mim isso é importante, tanto pela questão da seriedade do texto, quanto pela possibilidade de nós leitores através dessas fontes buscarmos outras leituras que não somente esses grandes best-sellers muitas vezes mais interessados na comercialização do que na qualidade da informação.

Sobre o livro, não só a mim, mas acredito que a outras pessoas também, não sei se de uma forma pensada ou não, mas me dá a ideia de que tudo que sucedeu com Getúlio Vargas a época de sua eleição direta até a sua morte, tem muito a ver com o cenário político atual. Aí com duas visões distintas a de mártir de um movimento anti-getulista e a de um cenário de caos e corrupção em que seu governo se arrastou pelo tempo que durou (1951-1954). Fico na dúvida se o autor não forçou e usou de mensagem subliminar devido ao cenário que vivemos.

Não sou um "Dilmista" ou "Lulista", como também não sou a favor de um "golpe militar" que derrube um governo pela força, seja ela 100% dos quartéis ou mesmo de uma classe da sociedade civil. Entendo que se foi eleita presidente, tem que cumprir seu mandato e que se nesse meio houver tempo sinais de corrupção, que haja julgamento justo, apesar de todo o manejo que seguramente ocorrerá para que um processo como esse se estenda para além de seu mandato.

Na época de Getúlio, a situação era similar, um governo tido como populista, com um ministério formado pelas mais diversas "facções" políticas, portanto fraco e sem coesão, vendido a troco de aprovação de leis no congresso, em suma uma cenário conhecido nos nossos dias. Do outro lado, uma oposição fraca (UDN), porém uma imprensa "forte", VEJA você: impiedosa, liderada pelo Carlos Lacerda, que se torna o grande "carrasco" levando a morte de Getúlio, do outro lado um Samuel Wainer que teve CARTA branca para montar um jornal (Última Hora) com financiamento publico junto ao Banco do Brasil. E por último: Getúlio, um cara astuto sabendo que estava no fim se mata, transformando-se assim em mártir para o povo.

Getúlio soube usar o povo ao seu favor, meses antes de morrer, aumentou em 100% o salário mínimo. Que governante em sã consciência  e com respeito as finanças publicas e privadas tomaria uma ação como está? Em suma, já estava tudo orquestrado, sua base de governo era o povo, independente se esse povo dependesse de empregos gerados pela iniciativa privada, que com um aumento desse com uma inflação galopante não teria mais condições de pagar os salários. Porque não se trabalha na causa do problema?... INFLAÇÃO, JUROS, IMPOSTOS.

Pois é muito lindo, passar o problema "para o outro", porque não se diminui os encargos, impostos que as empresas pagam e aí sim revertem isso como direitos aos trabalhadores? Aumentar salários, aumentar direitos trabalhistas, sim, sempre o trabalhador tem "o direito", porém não se vê o direito do empregador, a luta que é a geração de receita, conquistar clientes, pagar impostos. Os governos sempre balizam tudo pelo alto, vendo as empresas pequenas e as grandes corporações da mesma maneira, como estando no mesmo patamar econômico, sendo que na prática o pequeno empresário não tem a mesma estrutura financeira e poder econômico que um grande empresário. Isso que os governos fazem por "decreto" é puro populismo inconsequente, espelhado nas ações tomadas pelos dois grandes mestres brasileiros do populismo: Getúlio Vargas e João Goulart.

Hoje não diferente daqueles tempos vivemos numa época de crise: com uma presidente fraca que se vendeu a políticos corruptos e com isso teve que lotear seu governo com um quantidade absurda de 39 ministérios, na sua grande maioria inúteis a necessidade do pais. Vemos uma empresa: Petrobras tida como sólida se esvair rapidamente devido a denuncias de corrupção. Vemos alguns setores da sociedade civil pedindo a volta da ditadura. Vemos inflação em alta, dólar alto e a perda do controle dos gastos públicos. Enfim o que será de 2015?

Ditadura de novo? NÃO, inflação alta de novo? NÃO... Sinceramente espero bom senso de nossa presidente que consiga controlar a inflação e puna a corrupção, espero também o bom sendo da sociedade em geral que aguarde e de um voto de confiança na senhora Dilma. Eu ainda acredito que a médio prazo possamos recuperar a auto-confiança que perdemos neste governo da Dilma, devido as peripécias contábeis, gastos excessivos populismo e corrupção. Esperemos que apesar de tudo tenhamos um 2015 de muito trabalho e sucesso!