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sexta-feira, 15 de abril de 2016

.:. Brasil: A que ponto chegamos? Para onde vamos? .:.

Pensar que em 2010 quando vivia na Argentina sentia orgulho da situação econômica e política que Brasil estava passando. A Argentina toda arrebentada economicamente e nós (Brasil) aparentemente um país forte, uma economia que começava a fazer frente as grandes economias mundiais. Eu mesmo trabalhava numa multinacional brasileira instalada em Buenos Aires. Pobre ilusão de brasileiro, nossa alegria durou pouco, daí veio 2010, eleições: Dilma, e tudo começa a mudar: inclusive eu mudei muito neste período: voltei da Argentina em 2011, operei o joelho, pedi a conta nessa empresa e segui “carreira solo”, depois 2012, 2013 e começaram os problemas, ou melhor, os problemas criados nos anos anteriores começaram a aflorar em 2013. Crise? Ainda não, pelo menos era essa a sensação; algo não estava tão bem, mas ainda não podíamos chamar de crise. Passou 2014: copa do mundo, vários estádios foram construídos, muito dinheiro ainda "rolava solto", a economia ainda parecia viva, tivemos novas eleições, Dilma quase não se reelege, consegue isso graças a maquiagem econômica feita para não demonstrar o real cenário financeiro que o país enfrentava. Então veio 2015: um ano a ser esquecido, o ano da crise, principalmente para os mais novos que não viveram na década de 1980, como paralelo: governo começa a demonstrar fraqueza, começa-se novamente a falar de planos econômicos “salvadores”, inflação (não como a da década de 80, mas...) enfim, o cenário começa a mudar e o Brasil e a se criar uma polarização política de direita versus esquerda. Mas até aí ainda não tínhamos verdadeiramente uma oposição, pois o PSDB sempre muito fraco e com "nome sujo no cartório" não "cheirava nem fedia"; eis então que surge a verdadeira oposição, um partido que é o maior câncer da política brasileira, que até então "mamava nas tetas do governo": PMDB, capitaneado por Eduardo Cunha rompe com a presidente e parte para o ato final: o golpe, por eles chamado de impeachment.

Iniciamos 2016 em plena “guerra”: "petralhas" versus "coxinhas" (ou vice-versa... como queira) PT versus PSDB, PT versus PMDB, direita versus esquerda: um Brasil dividido. O Brasil segue dia-dia com novas surpresas oriundas da mega operação policial chamada “Lava Jato” com objetivo de caça aos corruptos (até agora somente os do PT e alguns outros mais, mas e o PSDB?), operação esta que estava indo muito bem até começar a tomar algumas atitudes meramente de cunho político, enquanto outras com sobrenome “Cunha” continuam soltas por aí, se deliciando com o poder de Presidente da Câmara dos Deputados.

Bem, onde nos encontramos hoje?

Ontem tivemos um passo importante na história política do nosso país: foi aprovada pela “Comissão do Impeachment” o seguimento do processo, sendo agora votado pelo plenário e depois aceito ou não pelo Senado.

Qual minha opinião sobre tudo isso?

Minha análise é simples: tudo é um jogo político, não há julgamento técnico somente em cima dos fatos, a questão é “Dilma tem que cair, não importa como”.

Primeiramente não sou a favor da Dilma, como citado no início deste texto, entendo que ela foi um grande mal para esse país, acabou com os sonhos de muitos brasileiros e isso por incompetência dela, porém não concordo em como as coisas estão sendo conduzidas para alija-la do poder. Porque penso assim?:

1) Até agora ela não foi condenada em nenhuma instancia por nenhum crime;
2) Há um parecer do TCU sobre as contas, porém as mesmas contas ainda não foram nem sequer julgadas pelo Congresso.
3) As pessoas que estão conduzindo o processo de impeachment não têm moral e nem ética para isso, são na sua grande maioria investigados por crime de corrupção (vide o próprio Relator: Jovair Arantes (PTB-GO)) [http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/04/11/relator-do-impeachment-propos-um-projeto-por-mes-em-favor-de-seus-doadores.htm];
4) O mentor intelectual de tudo isso chama-se Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujo o seu próprio processo de cassação está “parado” na comissão de ética; simples assim: ele julga uma pessoa por atos ilícitos, sendo ele próprio investigado por atos piores. Engraçado: ele é um "simples" Presidente da Câmara eleito por seus pares e o processo de cassação de seu mandato é extremamente lento. Dilma foi eleita pela maioria do povo e o processo é tão ágil, rápido? Estranho isso não acham?
5) O segundo mentor é um golpista nato, chamado: "Michel Miguel Elias Temer Lulia", vulgo Michel Temer, um urubu em cima da presa, só esperando o momento de devorá-la.

Diante disso, como me posicionar a favor do impeachment? Nas manifestações que ocorreram em março a favor do impeachment não vi ou vi muito pouco a população com cartazes “fora Temer”, “fora Cunha”... somente “Fora Dilma, impeachment não é golpe” ou pior: em alguns casos: "queremos intervenção militar"; onde está a clareza desse povo? Se é para lutar contra a corrupção, que seja uma queda geral de todos os corruptos e não tão somente a alguns grupos selecionados. Do jeito que está sendo feito, na minha opinião é sim golpe: golpe branco, feito por vias tidas como "legais", porém coordenado por indivíduos inescrupulosos, que moralmente deveriam ser impedidos de tal ato.

Esses deputados julgarem Dilma para mim é a mesma coisa de no julgamento de um assassino, termos como jurados as seguintes personalidades: Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Pimenta Neves. Criminosos, assassinos, condenados por crimes hediondos julgando outro assassino... é correto isso?

Me posiciono SIM a favor da saída de Dilma e Temer, pois a situação política, econômica realmente RUIM. Ela se equivocou totalmente na área econômica e  além do mais provou que não sabe fazer política, o Brasil hoje está ingovernável, ela perdeu o controle da nação. Sou a favor de cassação da chapa presidente/vice pela manipulação dos números da economia que foi a eleição de 2014. E porque não a convocação de eleições gerais?: Presidente, vice, deputados e senadores, apesar desses dois últimos cargos acredito não serem constitucionalmente possível novas eleições. Comecemos novamente do zero!

Agora quem seriam os novos protagonistas diante desse novo cenário de novas eleições? Sinceramente não sei, preciso pensar, um problema de cada vez, mas acho que essa é a única saída para nosso país.